Notícias / Rosilda Sousa, 48 anos, doméstica 'Raspar a cabeça me fez aceitar a doença'

Minha história começou em 2016. Um dia acordei e pensei 'vou fazer um autoexame da mama'. Fui tomar banho e descobri um nódulo. Fui procurar um médico. Fiz todos os exames e não era nada, então combinamos de acompanhar. Em 2018, fui fazer o exame novamente e o tumor tinha virado maligno e foi um susto.

A palavra “câncer” é muito forte e durante um tempo do tratamento eu não conseguia pronunciá-la, pois para mim era uma sensação de morte. A parte mais difícil do processo foi criar coragem para contar para os meus filhos.

Durante o tratamento, meu cabelo começou a cair. Primeiro, passei a ficar com ele sempre preso. Um dia, no trabalho, fui ao banheiro e cortei uma parte. Prendi o restante e fui para casa. Raspei ele no banheiro. Quando eu saí do banheiro, ficou aquele silêncio na casa. Todo mundo sentiu junto comigo. Mas esse foi o começo da minha aceitação. E quando eu aceitei, comecei a lutar. Fiz as quimioterapias, fiz a quadrantectomia e o esvaziamento das axilas.

Um dia, conheci uma mulher que me chamou para fazer canoagem. Um tempo depois eu aceitei e isso mudou a minha vida. Naquele grupo realmente me senti acolhida. Toda vez que eu colocava o remo na água, eu sentia como se estivesse flutuando. Por causa da cirurgia, fiquei com dificuldade de levantar o braço. Com essa atividade, recuperei os movimentos. Com elas eu encontrei uma verdadeira família.

O câncer me deu uma nova vida. Sem ele eu não teria conhecido essas pessoas maravilhosas. Me sinto mais viva do que antes, nem parece que vou fazer 49 anos em janeiro.

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Fonte: EXTRA